quinta-feira, julho 31, 2014

MEGG IN MEMORIAM

MEGG IN MEMORIAM

Quando eu fiz esse banner eles estavam saudáveis e cheios de vida, eu não cogitava ao fazê-lo que qualquer hora só iria restar a memória deles em meu coração.

A chamada morte me visitou algumas vezes nesses últimos seis anos em que a Megg veio morar aqui onde moro.
Primeiro foi a Juma, a “morte” rondou nossas vidas, lutamos, ela se afastou, mais depois a levou.

Depois a “vi” sentada  na soleira da minha porta, por mais que eu me dedicasse, ficasse 24 horas de vigília,   ela levou a Uriel em seus braços em uma semana, mas eu lutei não entreguei a jóia rara da minha vida  sem antes lutar, mais ao final ela venceu, ela sempre vence.
Novamente, ela rondou nossas vidas, mesmo antes da Uriel partir, ela sondou a vida do Juca, mas mesmo presente manteve-se à distância por mais de três anos, nós lutamos silenciosamente ela na sua “trincheira” e eu na minha, eu sempre a respeitei, pois sabia que estava fazendo sua “tarefa”, mas apesar de respeitá-la, jamais me intimidei diante dela.

Pois mesmo antes de nascermos sabemos que um dia teremos de enfrentá-la, e que ela vencerá a vida física, e finalmente mais uma vez ela nos venceu, ela fez sua tarefa sem sentimentalismo, e saiu carregando o frágil “corpo” do Juca Raphael em seus braços, mas eu estava presente, não tentei suborná-la, apenas o ajudei partir em paz.

Tempos depois ela voltou a nos rondar e o Miguel Arcanjo era seu alvo, essa foi e está sendo uma luta árdua, mas ela  está se mantendo à distância, está me dando a oportunidade de desenvolver o amor incondicional, a paciência, persistência, esperança, fé e compaixão a cada minuto, a cada hora, a cada mês a cada ano.
Estou aprendendo a fazer tratamentos nele que eu jamais sonharia fazer, que não sabia ser capaz, mas só a força do amor nos move a fazer o “impossível” ou como costumamos falar o difícil.

Ela fez acréscimos a sua vigilância permanente na soleira da minha porta, pois além do Miguel Arcanjo agora ela vigia a Esperança, mas nos tem respeitado. Mas está sempre atenta, se somos capazes e se temos o coração aberto o suficiente para lutar sem tréguas, sem preguiça, sem murmúrios.

Mas ela não desiste nunca, afinal é sua tarefa, ela talvez seja o único “ser” (talvez energia?) que faz seu “trabalho” muitas vezes silenciosamente, se aproxima e fica a espreita, depois senta-se  na soleira da porta, quando ela senta, não se levanta sem carregar em seus “braços” o corpo inerte de um dos nossos amores, seja ele humano ou não humano.

Ela chegou rondando de mansinho, depois sentou-se, agora não na minha soleira, mas no meio do quintal, e escolheu a Megg, a meiga cadela que já tinha passado por três tutores, e finalmente veio morar na mesma casa onde moro.

Apesar de não ser tutora dela, ela me adotou desde o inicio, com seus mansos e doces olhos me acompanhava pelo quintal aonde eu fosse. Se eu fazia menção de sair ela me acompanhava até o portão, ia me receber quando retornava.

Durante esses quase seis anos de convivência ficou doente poucas vezes, nenhuma doença séria, mas de repente começou a sangrar, foi ao veterinário e “sarou”.

Passou uns tempos e começou a mostrar que não estava bem, pensava eu, deve ser  por ter perdido muito sangue, conversei com o veterinário e passou a tomar vitamina, estava estável, comendo, brincando, “sorrindo”.

Mas de repente foi perdendo as forças, fui cuidando, fazendo o possível para ajudá-la, mais ela precisava de muito mais, iria ao veterinário hoje, mas não deu tempo.

Parecia que eu sabia o que iria acontecer à tarde me sentei no chão e a coloquei no colo, e mesmo sendo  grande se aninhou em meus braços como um gatinho, ficamos ali abraçadas um tempão “conversamos”, lhe fiz confidências e promessas, mas infelizmente a dona “morte”, veio na calada da noite e a levou, eu não estava presente, eu queria estar presente para ajudá-la na passagem, mas ambas “morte” e a Megg escolheram ir embora sem minha presença, em um rápido instante que sai, elas sabiam que minha presença iria causar muitos estragos para mim, pois aqui é onde ainda tenho que viver.

Como eu já disse vi três dos meus companheiros de jornada partir e não foi tão triste como saber que ela se foi, pois ficou a sensação e a certeza que falhei com ela, que não a socorri a tempo, falta de dinheiro ou de atitude?
Desculpe-me Megg...

Talvez, se eu tivesse passado por cima de tudo não me acovardasse e tivesse pedido ao veterinário para vir aqui como eu queria, mesmo criando mais problemas, você estivesse aqui, talvez você tivesse uma chance.

Mas vai ficar mais essa tristeza e pergunta enquanto eu viver, mas espero que um dia eu tenha merecimento de reencontrá-la, até lá, dê lembranças para a Juma, Uriel e Juca Raphael, e saiba, se falhei com você não foi por insensibilidade, foi por fraqueza.
Megg
*16-11- 2008
+ 30-07-2014.



2 comentários:

Dolphin di Luna disse...

Olá, cheguei ao seu blog por pesquisar sobre taxas de ureia e creatinina, pq uma das minhas gatas está com problema renal. Então li essa sua postagem.

Não se sinta culpada, tenho certeza que você fez tudo o que estava ao seu alcance para dar o melhor aos seus peludinhos.

Fica em paz e continue sufocando de amor os que estão ao seu lado. =)

Marlene (Amara Antara) disse...

Dolphin, tenho dois gatos com insuficiência renal, a luta é grande, mas eles estão conseguindo se manter estáveis.