MEU ANIVERSÁRIO E A TIRADA
DAS MINHAS BOLINHAS
Ontem fiz seis meses, mas
ao invés de ser um dia de festa foi um dia muito tenso para mim e para minha
Mamis, na verdade a culpa foi dela que fez um complô com a Drª Paula Ramos para
tira minhas bolinhas, fizeram tudo às escondidas.
Percebi que tinha alguma
coisa errada há alguns dias, minha Mamis começou a me dar umas gotinhas, vivia
apalpando minhas bolinhas, na verdade ficava perguntando cadê suas bolinhas,
não gostava nem um pouco dessas intimidades, andei até dando umas mordidas
nela, mas ela não se mancava.
Colocou uma casinha
diferente para eu explorar, colocou um colchãozinho macio, meus brinquedos,
petiscos e eu gostei muito, dormia lá, brincava me diverti muito. Mas na
véspera do meu aniversário, minha Mamis estava com um cheiro diferente, eu
conheço esse cheiro é medo, não dormimos a noite toda ficamos brincando,
aprontei todas que pude, ela ria e dizia eu amo... amo você muito muito, foi
muito legal.
Logo cedo veio um homem
nos buscar e minha Mamis me levou na minha casinha nova, não tive nenhum medo
fui numa boa, fiquei no colo da minha Mamis e ela ficou conversando e me
fazendo carinho.
Quando chegamos ao nosso
destino que começou a confusão, a Drª Paula toda simpática começou a procurar
minhas bolinhas, e para surpresa delas eu não tinha, tiveram que chamar outra veterinária para encontrá-las,
ficaram olhando em uma televisão e nada de encontrar até que encontraram, cada bolinha
tinha ido para um lado. Eu não dei nenhum trabalho fiquei bem bonzinho, minha
Mamis ficou me fazendo carinho e conversando comigo.
Então me deixaram em uma sala
sozinho, minha Mamis deixou meu cobertor lá para eu não me sentir sozinho, ela
tinha dormido com ele, depois que fiquei sozinho fiquei pensando: será que
minhas bolinhas foram parar na minha barriga? Tenho um montão de bolinhas
daquelas que pulam alto, quando saímos eu não as vi, será que eram delas que
estavam falando? Por causa dessas bolinhas minha Mamis ficou chorando, com
aquele cheiro de medo e ficou conversando com uns amigos dela e chorando, eu
fiquei bem quietinho para não deixá-la mais triste ainda.
A Paula (já estamos
íntimos) voltou me deu uma picada e quando acordei tinham tirado as bolinhas da
minha barriga e eu estava sem saber onde estava minha Mamis ficou comigo, eu
ouvia a voz dela muito longe, porém, não conseguia me levantar, mas sabia que
não estava sozinho, quando minha Mamis falava comigo eu balançava o meu
rabinho.
Quando cheguei no portão
de casa eu gritei de alegria, mas quando minha Mamis me tirou da caixinha eu
não conseguia andar estava tudo girando.
Mas tudo bem, aos poucos
fui conseguindo ficar em pé e caminhar um pouco.
Foi um dia de muitas
aventuras, minha Mamis se desculpava por eu ter que passar por tudo isso e
dizia: desculpe-me “meu moleque da bagunça”, mas todos os gatinhos precisam ser
castrados para ter mais saúde e não ter outros gatinhos que nunca terão um lar,
não sabia muito bem o que ela estava dizendo, mas ela me lembrou que eu também
fui abandonado quando era muito bebezinho e que havia centenas de bebezinhos
como eu que nunca teriam a lar, que não iam chegar a crescer, e muitos seriam
judiados e muitas vezes mortos por gente do mal.
Sabem tias e tios, eu
fiquei muito chateado com o que tive que passar, mas agora estou bem, estou um
pouco chateado de ter que usar essa roupa de “menina”, mas talvez minha Mamis
tenha razão, eu não vou ser responsável em deixar um monte de gatinhos
abandonados, eles e suas mães, afinal não sou gente que sabe como fazer para
criar seus filhos.
Estou legal, mas mandem
bastante energia positiva para eu ficar bom logo, e tirar essa roupa horrível,
quando tirá-la vou aprontar todas.
Lambidas e miaaauuuusssss
Júpiter, o moleque da
bagunça.
“Dentre todas as formas que eu conheço pra dizer “eu te amo”, a
minha preferida é cuidar de você.”
Amara Antara