MIGUEL ARCANJO IN MEMORIAM
Um dia comecei uma
homenagem assim: “Éramos seis, cinco gatos e um humano”. Novamente somos cinco,
quando escrevi esse texto já me conscientizei que a Juma era a primeira a
partir, porém, se eu vivesse veria os demais partirem, e assim aconteceu, a
roda do destino nos mostra que ela não para, ela segue seu caminho trazendo e
levando nossos amores, sejam humanos ou não humanos.
Primeiro foi a Juma,
depois a Uriel, o Juca e agora o Miguel Arcanjo.
Durante toda sua agonia,
toda sua história (nossa) passava em minha mente como um filme antigo, daqueles
em preto e branco.
Era um dia chuvoso e uns
seres das trevas o jogavam contra a parede como se ele fosse uma bola, ele era
apenas um filhotinho indefeso, quando o aninhei em meus braços todo molhado e
assustado meu coração transbordou de amor e compaixão por aquela criaturinha
frágil e ultrajada.
Não tinha condições de
adotá-lo, não tinha para onde levá-lo, havia perdido tudo de material, não
tinha trabalho, não tinha casa, não tinha dinheiro, não tinha “futuro”, porém,
não podia deixá-lo, e assim ele entrou em minha vida naquele novembro chuvoso.
Assim, como a Esperança
mais um para eu encontrar um adotante, uma família, ficaram escondidos em meu
quarto, a gente sempre acha que vai aparecer alguém que os adote, que lhes dê
uma vida digna, mas não apareceu, mas quando seguimos o caminho do coração
acontece alguma “magia” não apareceu ninguém e para nossa sorte, minha e deles,
ficaram, vieram encher minha vida de luz e de esperança.
Um mês depois me mudei de
cidade e trouxe na bagagem mais dois gatos a Esperança e o Miguel Arcanjo.
Até os oito anos de idade
o Miguel teve uma saúde excelente, nem pulga o danado pegava, era o caçador da
família. Foi o único que passeava pelos muros da vida, para meu desespero, como
tinha medo dos humanos não ia longe demais, ficava sempre por perto, no telhado
da Ruth Avelino da Costa e no quintal da vizinha cheio de animais, árvores e
plantas esse era seu deleite ficar caçando lá.
Apesar de ser doce e
amoroso, nunca perdeu o medo dos humanos, poucos o viram frente a frente,
bastava o toque da campanhia para que se escondesse.
Logo após completar oito
anos, começou a vomitar e a ficar apático, nos exames veio a sentença:
insuficiência renal, quando vi as taxas, pensei: não vai conseguir, pois a
pouco tempo a Uriel havia partido em uma semana com essa doença cruel. As taxas
dele eram quase três vezes maiores que as da Uriel.
Passado o susto, lutamos
juntos a cada minuto, dia, mês e anos juntamente com sua veterinária Drª Otília
Link, ele teve qualidade de vida por três anos e dez meses, com algumas
recaídas sempre mantidas sob controle.
Estávamos sempre na corda
bamba por saber da gravidade da doença, mas mesmo dentro dessa tensão
permanente, ele teve qualidade de vida.
Todos veterinários diziam
que era um milagre estar vivo, pois nunca haviam visto taxas tão altas em
gatos. Essa afirmação me fazia “correr” atrás de tudo para complementar seu
tratamento.
E assim, seguiram os dias,
meses e anos, mas tudo na vida tem um final nesse mundo físico, de repente ele
foi acometido por uma pneumonia, parecia estar curado, mais foram surgindo
outros problemas que mesmo com exames, não sei ao certo o que de fato
aconteceu.
Ele teve todo o tratamento
que se pode dar, não deixei nenhuma sugestão para atrás, tudo foi tentado
incansavelmente, porém, quando a chamada “morte” nos visita, ela não perdoa,
ela segue sua tarefa, sem trégua, sem compaixão.
Primeiro ela fica à
espreita, fica ao longe e aos poucos vai se aproximando, depois senta-se na
soleira da porta, ao sentar-se fica pacientemente esperando os momentos finais
dos nossos amores, sejam eles humanos ou não humanos, e só parte levando parte
do nosso coração com ela, e deixa apenas um corpo inerte, sem vida, muitas
vezes marcado pela dor e sofrimento final.
Assisti essa cena cinco
vezes em minha vida, a primeira foi um humano que partiu em meus braços, nas
outras foram meus filhos do coração, não sei se eles tivessem saído do meu
ventre doeria menos, a partida é igual, dolorida e misteriosa para humanos e
animais.
Desde a madrugada ele
estava muito mal, ao amanhecer já nem tentava caminhar, fiquei de sentinela ao
seu lado, não ousava sair de perto, horas antes de sua partida eu falei para
uma amiga que era questão de horas.
Aprendi a ler nos olhos
dos que partem que a hora final chegou.
Apesar de aceitar que
todos irão embora um dia, que não há privilégio para nenhum ser vivo deste
planeta, humanos, animais, árvores frondosas e seculares etc., não consigo
entender para que tanto sofrimento, em especial nos momentos finais.
Quando vemos um grande
amor partindo, rastejamos pedindo misericórdia, primeiro imploramos pela cura,
depois imploramos pela partida, de tão doloroso que é o processo, mas sempre
fico falando para mim mesma, é doloroso para você? Imagine para ele (s) que
está sofrendo essa dor e agonia.
E finalmente ele se foi,
depois de muito sofrimento, apesar de tudo, me sinto abençoada por poder estar
presente, segurando em sua pata, o ajudando a partir, para viver em outras
esferas, sem dor ou maus-tratos, e por ter cumprido minha promessa no dia em
que o adotei que enquanto eu vivesse que ele nunca mais seria maltratado.
Minha esperança e fé são
tão grandes de que exista a Ponte do arco-íris, deve existir um lugar assim, se
aquilo de animava aquele corpo e que chamamos alma partiu, deve ter um lugar
para viver para animais e humanos, e esse lugar tem que ser melhor e mais justo
para os animais domésticos e para todos os animais, em especial para os que
sofreram maus-tratos, naquele exato momento centenas, milhares de animais
também partiram, muitos pela sanha doentia dos humanos.
Ele partiu às 16:19
minutos, o sepultei embaixo de uma frondosa paineira às 22:00 horas, mais sua
alma está plantada dentro do meu coração, e não há homem e nada nesse mundo que
possa retirá-lo, mesmo além da vida física, eu tenho esperança que um dia vamos
nos reencontrar, ele já deve estar com seus irmãos, foram na frente para
preparar nossa “casa” definitiva.
Depois de tudo concluído
fisicamente fiquei olhando para aquele corpo inerte, como se, de repente fosse
receber um sopro de vida novamente, mesmo enquanto esperava chegar o momento
para sepultá-lo, sempre sepulto algumas horas depois assim como fazemos com os
humanos, parecia que alguma coisa ainda podia acontecer.
O Miguel foi agraciado com
um milagre no início da sua doença, mas milagres nos dias de hoje são raros.
Meu agradecimento a sua
veterinária que lutou bravamente ao nosso lado sempre, que tentou todas as
alternativas, e eu acredito sinceramente que ele conseguiu viver com qualidade
de vida por causa do tratamento com homeopatia, obrigada Drª Otília.
Minha eterna gratidão ao
Guilherme Franco que fez com que nossa luta fosse mais leve, sempre pronto para
correr ao veterinário conosco, muitas vezes deixando seu trabalho de lado,
esteve sempre a disposição para os exames mensais, além de ajuda financeira.
Meu agradecimento especial
a Andressa Mello, Dê minha gratidão eterna a você mais uma vez, mesmo distante
me acompanhou passo a passo as horas finais do Miguel, me dando orientações,
apoio e carinho.
Até qualquer dia guerreiro
Miguel Arcanjo, Malelo do meu coração, você não foi embora, fez uma viagem
longa, qualquer hora vou visitá-lo, dê lembranças a Juma, Uriel, Juca, Petita,
Joe, Bibi, Princesa, Lady, Tinão, Bebê, Nino e a Megg.
*26-11-2002
+06-10-2015
Miguel contando sua
história
Mais um aniversário
Aniversário de 10 anos
Citação. - Juma In
Memoriam
“A vida não passa de uma
oportunidade de encontro; só depois da morte se dá a junção; os corpos apenas
têm o abraço, as almas têm o enlace.”
Victor Hugo.
Últimos dias
06-10-2015
06-10-2015
06-10-2015
De manhã 06-10-2015
05-10-2015
02-10-2015
Lutando para viver, para interagir com o mundo.
Paixão pelo muro junho 15
junho 15
junho 15
Sua cesta preferida
2012
Novembro 2012
Outubro 2012
Junho 2012
Com a Megg agosto 2012, agora estão juntos novamente.
Comia catnip ao invés de brincar, Maio 2012
Setembro
Novembro mês do seu aniversário
Novembro
Novembro
Fevereiro 2011
Fugindo para a casa da vizinha 2011
Meditando, os dias que viriam
Agosto
Julho
Abril
Abril
Início da doença dezembro 2011
Início da doença dezembro 2011
Início da doença dezembro 2011
Início da doença dezembro 2011
2010
Família reunida, só faltava a Juma, que já tinha partido para a Ponte do arco-íris.
Miguel e Uriel Agosto 2010
Miguel, Juca, Uriel e Esperança
Miguel, Uriel e Juca
Miguel Arcanjo
Julho 2010
Julho 2010
Outubro 2010
Miguel, Esperança e o catnip
Junho 2010
Junho 2010
Miguel e Juca, agora estão juntos na Ponte do arco-íris
2010
2010
Miguel me ajudando a trabalhar
2010
Outubro 2010
Escondido das visitas
2010
Dias de paz e saúde
2009
Tirando uma soneca com a Esperança
Seu grande amigo Juca Raphael
Com a Uriel
2009
2009
Presente de aniversário de uma criança para o Miguel
Miguel e Juca 2008
Miguel e eu 2008
2007
2006
2005
Dezembro 2002
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Memórias que o tempo jamais apagarão.
05-10-2015
02-10-2015
Lutando para viver, para interagir com o mundo.
Tomando Kefir
Tomando água na fonte, um guerreiro que não desistia
12-09-2015 ainda estável
12-09-2015 ainda estável
20-09-2015
Mesmo após a pneumonia não desistia de continuar
Adorava subir no muro, última vez
Abril 2015
Descobrimos que ele era um paciente renal em dezembro de 2011, porém teve uma vida estável por alguns anos.
19-07-2015
Seu refúgio preferido no banheiro.
Relaxado e feliz, apesar de tudo.
Março 2015
agosto 2015
Maio 2015
Miguel e Esperança julho 2015
junho 15
junho 15
2014
Com com Tiquinho 2014
Fevereiro 2014
Gato zen
Janeiro 2014
Janeiro
Ensaiando para subir no muro.
Descendo do muro.
Recuperando-se de uma crise em 2014
2013
Janeiro 2013
Junho 2013
Pequenos prazeres, já que só comia ração seca.
Raridade, Esperança não sobe no muro, vendo os pássaros.
Compartilhando com a Esperança.
Sua cesta preferida
2012
Novembro 2012
Outubro 2012
Junho 2012
Com a Megg agosto 2012, agora estão juntos novamente.
Comia catnip ao invés de brincar, Maio 2012
Setembro
Novembro mês do seu aniversário
Novembro
Novembro
Com a Esperança agosto
2011
Tempos de saúde JaneiroFevereiro 2011
Fugindo para a casa da vizinha 2011
Meditando, os dias que viriam
Agosto
Julho
Abril
Abril
Início da doença dezembro 2011
Início da doença dezembro 2011
Início da doença dezembro 2011
Início da doença dezembro 2011
2010
Família reunida, só faltava a Juma, que já tinha partido para a Ponte do arco-íris.
Miguel e Uriel Agosto 2010
Miguel, Juca, Uriel e Esperança
Miguel, Uriel e Juca
Miguel Arcanjo
Julho 2010
Julho 2010
Outubro 2010
Miguel, Esperança e o catnip
Junho 2010
Miguel e Juca, agora estão juntos na Ponte do arco-íris
2010
2010
Miguel me ajudando a trabalhar
2010
Outubro 2010
Escondido das visitas
2010
Dias de paz e saúde
2009
Tirando uma soneca com a Esperança
Seu grande amigo Juca Raphael
Com a Uriel
2009
2009
Presente de aniversário de uma criança para o Miguel
Miguel e Juca 2008
Miguel e eu 2008
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Miguel no dia em que foi castrado 18-05-2003
2005
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Depois de vê-lo sofrer tanto, especialmente nas horas finais essas são as lembranças que quero guardar em meu coração e na alma.