Hoje o Miguel Arcanjo estaria completando 21 anos, dos quais 8 anos não tenho sua presença física palpável, porém, tenho sua presença trazidas pelas lembranças que ficaram e cada vez que falo de um deles sinto o quanto suas breves passagens por minha vida foram importantes.
Cada um trouxe e levou algo quase impossível de descrever. O Miguel chegou maltratado e ultrajado pela insanidades humana, mas trouxe um sentido inimaginável para minha vida, especialmente durante sua doença, foi um período árduo para mantê-lo com qualidade de vida, ele foi guerreiro e com isso meu aprendizado foi imenso.
Ele "abriu" meus olhos para minhas crenças em especial as espirituais, trouxe tudo abaixo para eu rever o quanto somos manipulados pelos homens que falam em nome de Deus.
Aqueles anos tão áridos, mas tão férteis por outro lado, abriu comportas na minha alma, devo essa abertura tão profunda a ele, já que o sofrimento é regra neste planeta ela ao menos nos faz refletir, não que acredite que ela nos faz crescer, não, não faz ela mata nossa alma como estou cansada de falar, mas não posso impedi-la.
Por ele e por todos que partiram tento entender essa Matrix que vivemos, nunca a entendi e acho pouco provável que vá entender, porém, vou refletindo, refletindo até chegar a hora de encerrar meu ciclo por aqui também, até lá não dá para só ficar esperando a "morte" chegar tenho que tentar entender ao menos o que estou fazendo aqui, já que tudo que vemos por todo planeta é ódio, destruição, ganância, chantagens, caos etc.
Sabe Miguel se nada nessa vida é eterno, em nossas lembranças o é, se de fato essa "mente" (consciência) continua então estaremos sempre juntos e de seus irmãos.
🐾🐾🐾
“Sinto-me completa no porão das minhas memorias.”
Amara Antara
🐾🐾🐾
Sempre que você for fazer um procedimento em seu animal de estimação visite o ambiente onde será feito, pois falta de higiene mata, infecção hospitalar mata.
Hoje faz 365 dias que você
partiu, estava cuidando da Esperança e pensando: falamos faz um ano, faz tantos
anos, mas na verdade não é um ano são 365 dias que nosso coração sente a
alegria ou a tristeza dos dias vividos, acho que falamos um ano para não ver a
dimensão do tempo, em nossa memória 1 ano é apenas um, nesse 1 está a dor ou a
alegria de 365 dias, nem vou falar nas horas, minutos e segundos.
Quando nosso coração ama,
quando nossa alma anseia, ela conta os dias, horas e minutos.
Assim, foi nesses 365
dias, não teve um dia que não me lembrasse de você, “meu malelo”, se eu contar
as horas e os minutos não saberei calcular, muitas vezes me lembrei de você
sorrindo, outras vezes chorando, outras vezes sonhando, sonhando que haja um
lugar nesse imenso Cosmos onde o sofrimento não exista mais, que haja um lugar
onde todos os animais vivam saudáveis, amados e que um dia possamos nos reencontrar
e reviver esse amor que o tempo jamais apagará.
Foi muito difícil quando a
Juma se foi, ela foi a primeira a partir, depois foi a Uriel, depois o Juca,
mas a partida do Miguel foi a mais complexa e dolorida para eu administrar em
meu coração, fico pensando o porquê, talvez pelo sofrimento atroz que passou,
ou talvez por ter sido o último, ou talvez por ter renascido no início da
doença, foram quase quatro anos de uma partilha quase humana, muitas vezes não
era um gato era uma “pessoa”, eu conversava com ele e ele me entendia, ele me
poupava, não sei explicar, mas passou pela minha vida dois gatos “gente” Juma e
Miguel.
Não sofri menos quando os
outros partiram, quando a Uriel se foi fiquei doente, em quinze dias meus
cabelos ficaram brancos, segundo um médico foi por causa do choque, afinal ela
se foi em uma semana, também em grande sofrimento.
Quando o Juca se foi, emagreci
muito, pois não comia, não dormia, o alimentava várias vezes ao dia, por dois
anos ele necessitou de atenção especial, ainda mais que os outros.
Mas a partida do Miguel me
virou pelo avesso, o que tinha como verdade não me parece mais verdade, as
crenças tomaram lugar as dúvidas e muitas vezes a certeza de que estamos sós
neste imenso Cosmos, por nossa conta, não temos a quem recorrer, se algum dia
tivemos “alguém”, esse alguém se cansou de nós e partiu.
Talvez essas dúvidas e
descrenças sejam por vê-lo sofrer, por eu implorar para que não o deixassem
sofrer, eu o entreguei para não vê-lo sofrer, mas fizeram ouvidos moucos e ele
chorava e eu chorava, mas mesmo chorando ele queria viver, tinha uma garra pela
vida que nunca vi em nenhum de seus irmãos.
A eutanásia seria a
solução? Não sei, pois sou contra a pena de morte para o maior marginal que
exista na face da Terra, como sempre digo, no amor e na dor somos todos iguais,
como eu poderia mandar matar um
grande amor?, um grande amor que queria viver, que ao ser acariciado ainda
ronronava, eu não podia fazer isso, seria assassinato, se ele estivesse
inconsciente e sem estímulo eu até poderia pensar no assunto, mas não VIVO e
consciente.
Ouço casos de pessoas que
veem seus animais irem para a “morte”, e eles choram, eles pedem para viver,
eles sabem que serão mortos, eu não podia, eu não posso fazer isso com nenhum
deles, enquanto estiver com estímulos e consciente. Não critico quem faz,
porém, eu não posso, eu não teria paz.
Malelo, espero que por ai
seja um lugar de paz, mesmo com todas minhas dúvidas ainda me resta essa
esperança de que um dia vou revê-los, e que vocês estão ai me esperando,
felizes e saudáveis.
“O amor calcula as horas por meses, e
os dias por anos; e cada pequena ausência é uma eternidade.”
Hoje faz 365 dias que você
partiu, estava cuidando da Esperança e pensando: falamos faz um ano, faz tantos
anos, mas na verdade não é um ano são 365 dias que nosso coração sente a
alegria ou a tristeza dos dias vividos, acho que falamos um ano para não ver a
dimensão do tempo, em nossa memória 1 ano é apenas um, nesse 1 está a dor ou a
alegria de 365 dias, nem vou falar nas horas, minutos e segundos.
Quando nosso coração ama,
quando nossa alma anseia, ela conta os dias, horas e minutos.
Assim, foi nesses 365
dias, não teve um dia que não me lembrasse de você, “meu malelo”, se eu contar
as horas e os minutos não saberei calcular, muitas vezes me lembrei de você
sorrindo, outras vezes chorando, outras vezes sonhando, sonhando que haja um
lugar nesse imenso Cosmos onde o sofrimento não exista mais, que haja um lugar
onde todos os animais vivam saudáveis, amados e que um dia possamos nos reencontrar
e reviver esse amor que o tempo jamais apagará.
Foi muito difícil quando a
Juma se foi, ela foi a primeira a partir, depois foi a Uriel, depois o Juca,
mas a partida do Miguel foi a mais complexa e dolorida para eu administrar em
meu coração, fico pensando o porquê, talvez pelo sofrimento atroz que passou,
ou talvez por ter sido o último, ou talvez por ter renascido no início da
doença, foram quase quatro anos de uma partilha quase humana, muitas vezes não
era um gato era uma “pessoa”, eu conversava com ele e ele me entendia, ele me
poupava, não sei explicar, mas passou pela minha vida dois gatos “gente” Juma e
Miguel.
Não sofri menos quando os
outros partiram, quando a Uriel se foi fiquei doente, em quinze dias meus
cabelos ficaram brancos, segundo um médico foi por causa do choque, afinal ela
se foi em uma semana, também em grande sofrimento.
Quando o Juca se foi, emagreci
muito, pois não comia, não dormia, o alimentava várias vezes ao dia, por dois
anos ele necessitou de atenção especial, ainda mais que os outros.
Mas a partida do Miguel me
virou pelo avesso, o que tinha como verdade não me parece mais verdade, as
crenças tomaram lugar as dúvidas e muitas vezes a certeza de que estamos sós
neste imenso Cosmos, por nossa conta, não temos a quem recorrer, se algum dia
tivemos “alguém”, esse alguém se cansou de nós e partiu.
Talvez essas dúvidas e
descrenças sejam por vê-lo sofrer, por eu implorar para que não o deixassem
sofrer, eu o entreguei para não vê-lo sofrer, mas fizeram ouvidos moucos e ele
chorava e eu chorava, mas mesmo chorando ele queria viver, tinha uma garra pela
vida que nunca vi em nenhum de seus irmãos.
A eutanásia seria a
solução? Não sei, pois sou contra a pena de morte para o maior marginal que
exista na face da Terra, como sempre digo, no amor e na dor somos todos iguais,
como eu poderia mandar matar um
grande amor?, um grande amor que queria viver, que ao ser acariciado ainda
ronronava, eu não podia fazer isso, seria assassinato, se ele estivesse
inconsciente e sem estímulo eu até poderia pensar no assunto, mas não VIVO e
consciente.
Ouço casos de pessoas que
veem seus animais irem para a “morte”, e eles choram, eles pedem para viver,
eles sabem que serão mortos, eu não podia, eu não posso fazer isso com nenhum
deles, enquanto estiver com estímulos e consciente. Não critico quem faz,
porém, eu não posso, eu não teria paz.
Malelo, espero que por ai
seja um lugar de paz, mesmo com todas minhas dúvidas ainda me resta essa
esperança de que um dia vou revê-los, e que vocês estão ai me esperando,
felizes e saudáveis.
“O amor calcula as horas por meses, e
os dias por anos; e cada pequena ausência é uma eternidade.”
Um dia comecei uma
homenagem assim: “Éramos seis, cinco gatos e um humano”. Novamente somos cinco,
quando escrevi esse texto já me conscientizei que a Juma era a primeira a
partir, porém, se eu vivesse veria os demais partirem, e assim aconteceu, a
roda do destino nos mostra que ela não para, ela segue seu caminho trazendo e
levando nossos amores, sejam humanos ou não humanos.
Primeiro foi a Juma,
depois a Uriel, o Juca e agora o Miguel Arcanjo.
Durante toda sua agonia,
toda sua história (nossa) passava em minha mente como um filme antigo, daqueles
em preto e branco.
Era um dia chuvoso e uns
seres das trevas o jogavam contra a parede como se ele fosse uma bola, ele era
apenas um filhotinho indefeso, quando o aninhei em meus braços todo molhado e
assustado meu coração transbordou de amor e compaixão por aquela criaturinha
frágil e ultrajada.
Não tinha condições de
adotá-lo, não tinha para onde levá-lo, havia perdido tudo de material, não
tinha trabalho, não tinha casa, não tinha dinheiro, não tinha “futuro”, porém,
não podia deixá-lo, e assim ele entrou em minha vida naquele novembro chuvoso.
Assim, como a Esperança
mais um para eu encontrar um adotante, uma família, ficaram escondidos em meu
quarto, a gente sempre acha que vai aparecer alguém que os adote, que lhes dê
uma vida digna, mas não apareceu, mas quando seguimos o caminho do coração
acontece alguma “magia” não apareceu ninguém e para nossa sorte, minha e deles,
ficaram, vieram encher minha vida de luz e de esperança.
Um mês depois me mudei de
cidade e trouxe na bagagem mais dois gatos a Esperança e o Miguel Arcanjo.
Até os oito anos de idade
o Miguel teve uma saúde excelente, nem pulga o danado pegava, era o caçador da
família. Foi o único que passeava pelos muros da vida, para meu desespero, como
tinha medo dos humanos não ia longe demais, ficava sempre por perto, no telhado
da Ruth Avelino da Costa e no quintal da vizinha cheio de animais, árvores e
plantas esse era seu deleite ficar caçando lá.
Apesar de ser doce e
amoroso, nunca perdeu o medo dos humanos, poucos o viram frente a frente,
bastava o toque da campanhia para que se escondesse.
Logo após completar oito
anos, começou a vomitar e a ficar apático, nos exames veio a sentença:
insuficiência renal, quando vi as taxas, pensei: não vai conseguir, pois a
pouco tempo a Uriel havia partido em uma semana com essa doença cruel. As taxas
dele eram quase três vezes maiores que as da Uriel.
Passado o susto, lutamos
juntos a cada minuto, dia, mês e anos juntamente com sua veterinária Drª Otília
Link, ele teve qualidade de vida por três anos e dez meses, com algumas
recaídas sempre mantidas sob controle.
Estávamos sempre na corda
bamba por saber da gravidade da doença, mas mesmo dentro dessa tensão
permanente, ele teve qualidade de vida.
Todos veterinários diziam
que era um milagre estar vivo, pois nunca haviam visto taxas tão altas em
gatos. Essa afirmação me fazia “correr” atrás de tudo para complementar seu
tratamento.
E assim, seguiram os dias,
meses e anos, mas tudo na vida tem um final nesse mundo físico, de repente ele
foi acometido por uma pneumonia, parecia estar curado, mais foram surgindo
outros problemas que mesmo com exames, não sei ao certo o que de fato
aconteceu.
Ele teve todo o tratamento
que se pode dar, não deixei nenhuma sugestão para atrás, tudo foi tentado
incansavelmente, porém, quando a chamada “morte” nos visita, ela não perdoa,
ela segue sua tarefa, sem trégua, sem compaixão.
Primeiro ela fica à
espreita, fica ao longe e aos poucos vai se aproximando, depois senta-se na
soleira da porta, ao sentar-se fica pacientemente esperando os momentos finais
dos nossos amores, sejam eles humanos ou não humanos, e só parte levando parte
do nosso coração com ela, e deixa apenas um corpo inerte, sem vida, muitas
vezes marcado pela dor e sofrimento final.
Assisti essa cena cinco
vezes em minha vida, a primeira foi um humano que partiu em meus braços, nas
outras foram meus filhos do coração, não sei se eles tivessem saído do meu
ventre doeria menos, a partida é igual, dolorida e misteriosa para humanos e
animais.
Desde a madrugada ele
estava muito mal, ao amanhecer já nem tentava caminhar, fiquei de sentinela ao
seu lado, não ousava sair de perto, horas antes de sua partida eu falei para
uma amiga que era questão de horas.
Aprendi a ler nos olhos
dos que partem que a hora final chegou.
Apesar de aceitar que
todos irão embora um dia, que não há privilégio para nenhum ser vivo deste
planeta, humanos, animais, árvores frondosas e seculares etc., não consigo
entender para que tanto sofrimento, em especial nos momentos finais.
Quando vemos um grande
amor partindo, rastejamos pedindo misericórdia, primeiro imploramos pela cura,
depois imploramos pela partida, de tão doloroso que é o processo, mas sempre
fico falando para mim mesma, é doloroso para você? Imagine para ele (s) que
está sofrendo essa dor e agonia.
E finalmente ele se foi,
depois de muito sofrimento, apesar de tudo, me sinto abençoada por poder estar
presente, segurando em sua pata, o ajudando a partir, para viver em outras
esferas, sem dor ou maus-tratos, e por ter cumprido minha promessa no dia em
que o adotei que enquanto eu vivesse que ele nunca mais seria maltratado.
Minha esperança e fé são
tão grandes de que exista a Ponte do arco-íris, deve existir um lugar assim, se
aquilo de animava aquele corpo e que chamamos alma partiu, deve ter um lugar
para viver para animais e humanos, e esse lugar tem que ser melhor e mais justo
para os animais domésticos e para todos os animais, em especial para os que
sofreram maus-tratos, naquele exato momento centenas, milhares de animais
também partiram, muitos pela sanha doentia dos humanos.
Ele partiu às 16:19
minutos, o sepultei embaixo de uma frondosa paineira às 22:00 horas, mais sua
alma está plantada dentro do meu coração, e não há homem e nada nesse mundo que
possa retirá-lo, mesmo além da vida física, eu tenho esperança que um dia vamos
nos reencontrar, ele já deve estar com seus irmãos, foram na frente para
preparar nossa “casa” definitiva.
Depois de tudo concluído
fisicamente fiquei olhando para aquele corpo inerte, como se, de repente fosse
receber um sopro de vida novamente, mesmo enquanto esperava chegar o momento
para sepultá-lo, sempre sepulto algumas horas depois assim como fazemos com os
humanos, parecia que alguma coisa ainda podia acontecer.
O Miguel foi agraciado com
um milagre no início da sua doença, mas milagres nos dias de hoje são raros.
Meu agradecimento a sua
veterinária que lutou bravamente ao nosso lado sempre, que tentou todas as
alternativas, e eu acredito sinceramente que ele conseguiu viver com qualidade
de vida por causa do tratamento com homeopatia, obrigada Drª Otília.
Minha eterna gratidão ao
Guilherme Franco que fez com que nossa luta fosse mais leve, sempre pronto para
correr ao veterinário conosco, muitas vezes deixando seu trabalho de lado,
esteve sempre a disposição para os exames mensais, além de ajuda financeira.
Meu agradecimento especial
a Andressa Mello, Dê minha gratidão eterna a você mais uma vez, mesmo distante
me acompanhou passo a passo as horas finais do Miguel, me dando orientações,
apoio e carinho.
Até qualquer dia guerreiro
Miguel Arcanjo, Malelo do meu coração, você não foi embora, fez uma viagem
longa, qualquer hora vou visitá-lo, dê lembranças a Juma, Uriel, Juca, Petita,
Joe, Bibi, Princesa, Lady, Tinão, Bebê, Nino e a Megg.