quarta-feira, fevereiro 16, 2011

URIEL IN MEMORIAM


Uriel In Memoriam

Amor, palavra escrita, falada, poetizada, cantada e encantada de todas as maneiras, entre tantos sentimentos. Todas as religiões e crenças a tem como a mais importante qualidade do ser humano. Mas infelizmente nós os chamados humanos, mas na verdade desumanos não a compreendemos e tampouco a vivemos em sua essência, nós a transformamos em posses, desejos, ódios, crimes, etc.

Desde que comecei a conviver diretamente com animais, consegui vislumbrar o que realmente é amar, só com a convivência com eles a força, a beleza e magia desta poderosa palavra começaram a ecoar em meu coração. Mas o amor deles é infinitamente maior que o meu, estou no jardim-da-infância deste sentimento.

Neste meu aprendizado lento mais constante me preparo para amar por amar como eles, amar sem memória do passado, do presente, das indiferenças, das maldades, amar mesmo sendo abandonada, criticada, rejeitada.  A maioria deles passou pelo abandono, pela rejeição, indiferença e maus tratos.

Assim são os animais, os humanos os abandonam, batem, os deixam sofrer de fome, frio, doenças e o pior de desamor, mas eles estão sempre ali presentes, amigos, companheiros, nos dando sua vida se necessário.

A vida me deu a oportunidade de aprendizado com cinco criaturinhas vitimas do abandono, da dor e maus tratos, elas trouxeram alegria, amizade, solidariedade, paz e muito amor para minha vida. Mas tudo na vida, por mais que cuidemos, amemos, tem que ir embora para sua morada de origem.  Primeiro foi a Juma, minha primeira grande Mestra, a iniciadora deste aprendizado tão lindo, mas tão complexo para nós humanos tão preocupados com aparências, com o outro, com o futuro. Mas através dela vieram mais quatro. Ela se foi depois de ter vivido, amado e me transformado. As pessoas acham que nosso amor se restringe aos animais, enganam-se, quem aprende a amar através dos animais, ama toda a Vida no Planeta, humano e não humano, plantas, águas, Mãe Terra, o ar a vida, com uma intensidade inimaginada por uma mente “normal”.

Uriel, minha terceira resgata se foi deste mundo tão cruel com sua espécie, ficou doente dia 06-02-2011, e em uma semana de sofrimento intenso me deixou, foi se juntar aos Anjos e Devas e com a sua irmã mais velha Juma. A Uriel tinha 13 anos, tinha uma saúde invejável, mas em poucos dias eu a vi prostrada, sem andar, sem comer. Nos exames veio a sentença fatal “Insuficiência renal crônica” em estado avançado. Eu conhecia a doença por alto por ler alguns textos e guardado na memória os sintomas principais, mas ela nunca demonstrou nenhum dos sintomas, mas eis que de repente, essa doença cruel tomou seu corpo de maneira irreversível.

Foram tentados os tratamentos, mas não houve melhora e exatamente uma semana depois ela se foi em meus braços. Tínhamos ido à tarde fazer soro subcutâneo, que segundo os veterinários era a única maneira de ajudá-la, mas o soro a debilitou ainda  mais, quando chegamos em casa ela estava largada, sem estímulos, já não balançava o rabinho ao menos levemente, mas ela me ouvia, pois mexia os olhos. Senti que era seu último dia neste mundo.

Quando começou sua agonia, me sentei ao seu lado e contei toda sua história, como a encontrei, o primeiro banho, a bronca dos irmãos e como ela iluminou nossas vidas, o quanto foi amada e quanto me amou. E fui calmamente falando vai querida, vai em paz, São Francisco de Assis, a Juma e os Anjos estão lhe  esperando, pode ir eu vou ficar bem, mais saiba eu te amo demais. Mas até mesmo a hora final foi sofrida, vomitou sangue três vezes.  Sei que está na Ponte do Arco-Íris, eu tenho que acreditar em um lugar como a Ponte do Arco-Íris para os animais. Sei que a Ponte do Arco-Íris, é uma metáfora, mas deve existir um lugar assim. Com certeza naquele momento outros animais estavam também partindo deste mundo e muitos deles sozinhos, sem amor sem carinho e muitas vezes através da crueldade humana. Para esses que nunca conheceram o amor somente a Ponte do Arco-Íris pode lhes dar o que os humanos lhes negaram.

Pela manhã com minhas próprias mãos abri um buraco para colocá-la, já não tinha forças pela semana insone, mas a cada batida de enxada na terra dura eu ia dizendo, força, força essa é a última coisa que fará por ela.  E o corpo dela está próximo da Juma, embaixo de uma paineira frondosa, sei que é apenas um corpo, mas está lá sepultado como todos os seres merecem.

A gente pensa que a separação da chamada morte é igual, percebi que não. Acho que até nisso a Juma me ensinou, fui mais serena com a doença e com a partida da Uriel. Apesar da dor que estou sentindo Eu Sou grata a São Francisco de Assis, Anjos e Devas por ela não ficar sofrendo inutilmente. Meus sentimentos ainda estão confusos, chorei tanto antes que após sua partida ainda não chorei, parece que estou andando em câmera lenta, entre a realidade e a ficção.

Adeus!  Minha ratinha, adeus Uriel até qualquer dia.

*10-01-1998
+13-02-2011

ÚLTIMA SEMANA
Dia 07/02/201  ainda com pequenos movimentos, pratinho de ração ao lado.

09-02-2011 comendo um pouco.


09-02-2011  olhinhos ainda vivos. 
Dia 10-02-2011

11-02-2011, já sem forças.
12-02-2011

Dia 12-02-2011 à tardinha.
 Ela fez xixi e fui limpá-la, mas como estava muito calor a levei em uma mesa na área onde ela adorava ficar vendo os pássaros. Notei que ao virá-la ela levantou a cabeça para olhar alguns pássaros que estavam no muro, então resolvi me sentar lá com ela, a tarde estava fresca. Ficamos umas três  horas lá ela cochilando e eu orando,  uma tarde mágica,  havia um silêncio especial no ar. Quando escureceu entramos para dentro.

 Depois a coloquei nessa cestinha para ficar mais confortável e ficamos "sentindo" o silêncio da tarde.

COMO TUDO COMEÇOU...


A Juma cuidando dela
A nova família
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Ela contando sua própria história: 

Homenagem para seus 13 anos.
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RECORDAÇÕES




 Ficava sempre deitada enquanto eu trabalhava.

  09-01-2011 -  véspera do aniversário de 13 anos.
09-01-2011




 "Festa" de aniversário de 13 anos.

 
Uriel e a fonte



Sua pose preferida
 Presente da Tia Neda



 Deitada em meu colo (todas as manhãs)








 Sempre me auxiliando no trabalho.





 Em meu colo em outra manhã









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Conscientizando os humanos.




Era assim que me sentia ao olhar este  doce e meigo olhar.

domingo, fevereiro 06, 2011

Alta salivação em gatos

 Hoje à tarde a Uriel começou a salivar e não quer comer, estou preocupada, pois só amanhã posso verificar o que está acontecendo. Ela comeu um pouco de ração à pouco, mas rejeitou paté que ela adora. Encontrei este texto e resolvi compartilhar com vocês.


0/9/2010
REGINALDO PEREIRA DE SOUSA FILHO*

Erivan Nunes, de Tabuleiro do Norte, diz que ultimamente o seu gato está salivando mais que normalmente, é sinal de algum problema com o felino ou é natural isso em animais?

O gato com salivação intensa ou sialorreia deve ser avaliado baseando-se na distinção de dois grandes grupos de enfermidades: as afecções orais, que acometem a boca, dentes, língua e anexos, e as afecções não-orais, que são doenças que acometem outros sistemas orgânicos, com reflexo na produção exagerada de saliva. Portanto, o exame clínico e laboratorial são imprescindíveis nestes casos.

Muitas vezes lesões orais, como úlceras, causadas por viroses ou contato com produtos químicos ou plantas, são as causas mais comuns de sialorreia nos felinos. Problemas dentários, como fraturas, periodontite e reabsorção odontoclástica podem ser incriminadas também, principalmente em gatos mais idosos. Essas enfermidades orais costumam deixar o animal sem apetite, pela dificuldade em apreender e deglutir o alimento, além de que a saliva vêm tingida de sangue e com odor alterado. Corpos estranhos como linhas de costura, gramíneas etc., podem ficar presos na língua ou dentes, ocasionando sintomatologia parecida.

O felino que saliva intensamente, mas sem alterações na cavidade oral, deve ser avaliado para saber se ele tem doenças sistêmicas, muitas vezes mais sérias. Disfunções no fígado e nos rins podem causar náuseas e enjoos, levando o animal a episódios de salivação, principalmente quando tenta se alimentar. A doença renal é uma das causas mais comuns de sialorreia no gato doméstico.

O estresse também é um fator importante. Gatos com medo, ansiedade ou dor podem salivar profusamente. O evento estressante muitas vezes pode ser difícil de ser percebido, mas perseguições por outro animal, disputas territoriais, combates, tudo isso pode deixar o felino em "alerta" e ao menor estímulo visual ou auditivo ele saliva, podendo continuar por muitos dias. Assim, uma abordagem diagnóstica extensa e precisa é fundamental para o tratamento correto, podendo ser uma enfermidade mais simples, de fácil tratamento ou até uma afecção fatal para seu felino.


Médico veterinário do Hospital da Faculdade de Veterinária da Uece (Favet Uece) e pós-graduado em Clínica de Felinos